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Sou jornalista, atualmente residindo em Nova York, NY, EUA, com passagens em Rádio, Revista e Assessoria de Imprensa. Este blog contém notícias, artigos, crônicas, comentários, resenhas, reportagens e poesias.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

                                Bolsonaro e o primo sem noção
 

Sabe quando você inventa de apresentar a sua namorada nova pra família e na mesa de jantar aquele seu primo sem noção resolve falar os seus 'podres' e te faz passar vergonha?
Assim é o "nosso" presidente Jair Bolsonaro quando resolve abrir a boca.

Primeiro  atacou o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz ofendendo a honra do seu pai, preso, torturado e morto pela ditadura. Agora é com a ex presidente do Chile, Michele Brachelet, ao afirmar que o seu pai, por ser comunista,  mereceu ser preso, torturado e morto também pela ditadura.

Assim como o primo sem noção que queima o seu filme com sua nova namorada, Bolsonaro suja a imagem do Brasil ao tratar com tamanha crueldade e insensibilidade, principalmente para quem perdeu seus entes queridos, temas tão dolorosos e traumáticos que foram as ditaduras na América do Sul.

Lembrei do último soldado japonês que ficou  escondido numa selva nas Filipinas, trinta anos após a II Guerra Mundial percorrendo as matas, ora 'perseguindo', ora 'fugindo' do inimigo. Só depois alguém lhe convenceu que a Guerra tinha acabado há trinta anos, ele se rendeu. Tinham esquecido de te avisar.

O mesmo ocorre com Bolsonaro. Já tem pelo menos uns trinta anos que o comunismo tem definhado, se deteriorado, e o mesmo ainda vive como se estivesse nas décadas de 60 e 70. Quem pode trazê-lo a realidade?

Quem perde com isso somos nós, a mercê de delírios e declarações perversas de um presidente que assim como um primo sem noção, tira o que há de mais podre do passado da humanidade, para nos envergonhar perante o mundo.

domingo, 7 de abril de 2019

Bolsonaro e a Seleção grega

O Presidente Jair Bolsonaro está para a Presidência da República, assim como a Seleção da Grécia foi para a Eurocopa em 2004, ou seja, uma zebra.

Bolsonaro, deputado do baixo clero, sem projetos, limitado intelectualmente, tenente do exército reformado ao posto de Capitão, de um vocabulário chulo e tosco, conquistou as massas, aproveitando-se de um vazio na política e um sentimento anti PT.

A seleção grega, sem tradição no futebol internacional, sem craques, numa dose de sorte e sem brilho naquele momento das principais seleções do futebol europeu, como Portugal e França levantou a taça de campeã da Europa em 2004, num feito inédito.

O que a seleção grega ofereceu antes e depois ao futebol após essa inesperada façanha? Nada. O que Bolsonaro ofereceu antes e após a conquista da Presidência da Republica? Nada. A seleção grega ganhou o prêmio de melhor time europeu daquele ano. Bolsonaro por sua vez, ja ganhou o prêmio de pior presidente avaliado nos primeiros três meses de governo, segundo pesquisa Datafolha.

A zebra grega pelo menos levantou a taça. Qual troféu o time de Bolsonaro dará aos brasileiros em sua gestão? Até agora, esse governo, parece ainda estar na fase de repescagem.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

O dia que durou 21 anos

Tive o privilégio de assistir na MIT (Massachusetts Institute of Technology) o excelente documentário "O dia que durou 21 anos", do diretor Camilo Tavares. O filme, de 77 minutos foi seguido de um debate, entre espectadores e o autor do documentário.

Mais importante do que se posicionar de um lado ou de outro, foi a capacidade do diretor em mostrar este acontecimento "O golpe militar de 1964" de maneira contextual, documental, mostrando os dois lados da história, tanto dos militares como dos integrantes da esquerda e compreender porque o Brasil teve essa grande fissura em sua democracia.

O governo João Goulart naquele momento, se alinhava cada vez mais á China, União Soviética e Cuba, e isso era tido como uma afronta pelos militares linha dura, e pelos Estados Unidos, principalmente num momento em que o mundo se dividia entre dois grandes blocos: capitalistas e comunistas.

Temendo uma transformação do Brasil, maior país do continente sul americano num governo comunista, como ocorreu com Cuba, durante a Revolução Cubana de 1959, em que os revolucionários liderados por Fidel Castro e Che Guevara tomaram o poder naquela ilha e a transformaram numa ditadura comunista, os militares brasileiros contaram com amplo apoio do governo norte americano, tanto financeiramente, como militarmente.

Muito dinheiro foi investido pelos Estados Unidos no Brasil, em ações que visavam na opinião deles, frear a ameaça comunista, através de programas que incentivavam campanhas anticomunistas, pela TV, rádio, jornais, radionovelas e filmes, sempre fazendo oposição ao governo João Goulart. Mais algo que me chamou muito a atenção, foi o que eu classifico como o "Mensalão Ditadura". Isso mesmo, o pagamento de propina a parlamentares brasileiros pelo governo americano para que estes políticos apoiassem o golpe. Pelo menos é o que está documentado no filme.

No campo militar, foi enviado uma frota naval americana, juntamente com aviões de caça ao litoral brasileiro para dar cobertura aos militares do Brasil em caso de resistência por parte do governo João Goulart. Esta informação foi confirmada pelo próprio embaixador americano no Brasil na época, Lincoln Gordon, anos depois.   

Mas quem foi Lincoln Gordon? Esolhido a delo pelo presidente americano John Kennedy no quadro de melhores ex alunos da Universidade de Harvard, Gordon foi mais do que um embaixador. Espionava e repassava toda a movimentação do governo João Goulart para a a alta cúpula do governo americano, e lado a lado com os militares brasileiros, ajudou a articular o golpe, que depôs o presidente João Goulart.

Após o golpe, todo mundo já sabe, direitos políticos cassados, perseguição política e inclusive cassação de militares tidos como subversivos. O que era para afastar um presidente que de alguma forma, não defendia os interesses de uma parte de população, a presidência da república virou dança das cadeiras entre os militares.

Ao invés de convocar eleições democráticas, uma vez que já tinham conseguido destituir João Goulart, decidiram se manter no poder, alternando a presidência de um militar para o outro, tendo o Brasil ficado sem eleicões diretas para presidência da república por vinte e um anos. 

Isso resultou  em manifestações em massa em todo o Brasil, muitas delas democráticas, outras nem tanto, como grupos de extrema esquerda, a maior parte deles também sem compromisso com a democracia, uma vez que eram alinhados ideologicamente com ditaduras comunistas. De qualquer forma, trata-se de um filme revelador, que não toma partido de nenhum lado, e que contribui enormemente para entendermos melhor este período turbulento de nossa história recente.





terça-feira, 1 de abril de 2014

Pesquisa Ipea: Verdade, trapalhada ou má fé?

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) noticiou recentemente que a maioria da população brasileira concorda que mulheres que usam roupas curtas "merecem ser atacadas", e que se as mulheres se "comportassem", haveria menos estupros.

O instituto entrevistou 3.810 pessoas em todas as unidades da federação durante os meses de maio e junho de 2013, sendo que a maioria dos entrevistados, cerca de 66,5% eram mulheres. A pesquisa apontou que em média, 65% concordaram que a mulher que usa roupa que mostra o corpo merece ser atacada.

Como assim a maioria da população brasileira concorda com ataque ás mulheres? Como assim, 66,5% dos entrevistados sendo mulheres e mesmo assim apoiam estes ataques? Como assim uma pesquisa realizada há quase um ano e só agora eles divulgam? Tem algo errado nesta história.

Estranho que só agora, logo depois daquele escândalo sobre assédio sexual nos metrôs brasileiros e em ano de eleições divulgam uma bomba dessas. Estranho a  presidenTA Dilma deixando vários recadinhos no Twitter da jornalista Nana Queiroz,  idealizadora da campanha  #NãoMereçoSerEstuprada, como este aqui: "Quem dá voz á história somos nós, quem no cotidiano afirma, protege, e amplia a democracia no nosso país", afirmou a presidenTA Dilma em uma das mensagens deixadas na página do Twitter da jornalista.

Qual o interesse nisso? Será que é pra acirrar ainda mais a guerra entre os sexos, vitimizando ainda mais a mulher para ela ganhar a próxima eleição presidencial de bandeja, justamente com este discurso de vítimização? Até quando vão jogar mulher contra homem, negro contra branco, gay contra hétero, pobre contra rico, etc? 

Se a intenção for dividir pra governar e fazer média com todas as ditas minorias, estão conseguindo, e o resultado só veremos a médio e longo prazo. Por enquanto, já conseguiram transformar o homem num lobo mau, nem os de bem escapam desse estigma. Me preocupa as consquências de um estudo desastroso como esse, com risco de pessoas inocentes serem denunciadas injustamente por supostos abusos, devido ao clima de revolta causado por uma pesquisa mal conduzida e tendenciosa.

Trabalhei quase três anos em diversos institutos de pesquisa em SP, entre os quais ibope, Ipsos e Datafolha, e tanto eu como meus colegas percebíamos as más intenções de um determinado cliente quando encomendava um estudo, em algum instituto de pesquisa, principalmente em época de eleições.


Tipo assim: Num universo de várias perguntas, justamente as duas principais não tinham uma terceira via, e além disso, a pergunta era construída de forma a induzir o entrevistado. Tanto é, que algumas pessoas perguntavam, não tem outra opção? Porque não concordo com nenhuma das duas, mas se tem que escolher entre uma e outra, fazer o que, marque essa aí.

Exemplo: Você acha que a mulher que veste roupa muito curta "merece ter atacada"? Veja a diferença agora: Você acha que a mulher que veste roupas muito curtas, está de alguma forma despertando a atenção de possíveis estupradores? Perceberam a diferença?

E mesmo esse "merece ser atacada" é muito subjetivo: Atacada como? Uma simples cantada é atacar? Vejo que jogaram tudo na mesma vala. É claro que nós, homens de bem queremos proteger as mulheres desse mal, mas não posso concordar com uma pesquisa fajuta dessas, que não ajuda em nada, só põe mais lenha na fogueira e joga um contra o outro.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Como é morar em Boston?

Estou há um ano e meio em Cambridge, cidade da área metropolitana de Boston, que abriga duas das maiores universidades dos Estados Unidos: Harvard e MIT.

Basta atravessar a ponte do Rio Charles, que se passa de uma cidade para outra em 10 minutos. É muito perto, e de quebra você pode apreciar a linda vista do Rio Charles, muito melhor no verão, é claro.

Boston é rodeada por pequenas cidades, como: Cambridge (onde moro), Somerville, Everett, Arlington, etc..Cambridge é uma cidadezinha tranquila, universitária, gente de toda parte do mundo, que por sinal, são os que  fazem a alegria da cidade, na minha opinião.  Aliás, o estado de Massachussets é considerado o que tem a melhor educação dos EUA.

Boston é considerada uma Nova York menorzinha, não só por ser mais ou menos perto, mas por ter um estilo de vida mais ou menos parecido, com o centro de ambas as cidades bem movimentados, mas claro sem a agitação de NY. Mas as pessoas de Boston são um pouco mais sérias, talvez um pouco mais conservadoras.

Algo que me chamou muito a atenção é a grande comunidade brasileira em Boston e adjacências. São cerca de 400 mil brasileiros vivendo no estado de Massachussetts, o que torna a maior comunidade de imigrantes dos Estados Unidos.

Para se ter uma ideia da influência brasileira por aqui, o português já é a segunda língua em Massachussets, superando o espanhol. Todas as cidadezinhas ao redor de Boston, possui muitos estabelecimentos comerciais de brasileiros, como padarias, salões de beleza, churrascarias, escritórios de advocacia, etc. Ou seja, nem adianta querer fugir de brasileiros vindo pra cá, hehehe.

E qual a parte ruim de moram em Boston? Ah, sem dúvida o frio. E não me refiro a um frio do tipo que tem em SP ou até no Sul do Brasil, mas pior, daquele que faz doer o nariz, os ouvido e que parece rachar a pele. Algo como 12, 13 ou 20 graus abaixo de zero. E aí, vai encarar?


Se você gosta de viver num ambiente universtário, acadêmico, Boston é uma boa opção, com ótimas universidades, como Harvard, MIT, Universidade de Boston e a Universidade Suffolk.  Boston não é tão interessante pra baladas e agitos, como Nova York, Los Angeles ou Las Vegas, mas os estudantes tratam de movimentar a cidade, com festinhas em suas casas e apartamentos, além de ótimos bares, pubs e restaurantes, de todos os cantos do mundo.








terça-feira, 26 de novembro de 2013

PEC dos jornalistas

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta terça-feira (12) a Proposta de Emenda à Constituição que restabelece a necessidade do diploma de jornalismo para exercício desta atividade profissional. O passo seguinte é a criação de uma Comissão E

Leia mais em: http://bit.ly/1bsnvYD

domingo, 24 de novembro de 2013

Olavo de Carvalho e o grito da direita

Sentado em seu gabinete, sempre acompanhado de um cigarro, o jornalista, filósofo, escritor e ex astrólogo Olavo de Carvalho articula pensamentos rápidos e citações de livros desconhecidos da maioria do público com a mesma facilidade com que dispara palavrões.

Sem papas na língua, Olavo se tornou sucesso no youtube e em outras mídias sociais, como o facebook. Mas porque o “professor Olavo”, como muitos preferem o chamar, se tornou referência para muitas pessoas, inclusive atraindo a aproximação de famosos, como o cantor Lobão e o apresentador Danilo Gentili?

Certamente há várias razões para este sucesso. Uma delas é uma quase que total ausência de uma corrente de pensamento mais conservadora no Brasil, e que se oponha ao amplo e progressivo domínio da esquerda, esta por sinal, presente fortemente nas universidades, mídia e atualmente na política nacional.

Outro fator é o que se convencionou chamar de “ditadura do politicamente correto”. Olavo de Carvalho foje disso como o diabo foge da cruz. Num mundo em que as pessoas cada vez mais tem medo de emitir opiniões, Olavo demonstra não dar a mínima para o que as pessoas vão achar dele, fazendo questão de tecer comentários em questões delicadas ou complexas, como política, sexualidade e religião.

Anticomunista convicto, católico fervoroso e crítico ferrenho do PT, do governo Dilma, de Obama e do que ele chama de Nova Ordem Mundial, Olavo de Carvalho denuncia o que ele intitula de “Ditadura Globalista”. A ditadura globalista, segundo Olavo, é um conjunto de ideias e valores oriundas da ONU, tais como a legalização do aborto, do casamento gay, liberação da maconha, etc, e que segundo o filósofo, trata-se de uma ameaça a soberania dos países, já que essas ideias sequer são discutidas no congresso ou com a população dessas nações.

Embora Olavo de Carvalho não tenha formação acadêmica, ser um auto didata, ele tem atraído uma legião se seguidores, por seu estilo transparente, direto e irônico  de tratar assuntos tão delicados atualmente, como o ativismo gay, classificado por ele de gaysismo. Para o filósofo, há uma doutrinação gay em curso no Brasil e no mundo, principalmente nas escolas e universidades que visa desconstruir os papéis de gênero, a família tradicional e que de acordo com o pensador, quer acabar com a liberdade religiosa e sobretudo a liberdade de expressão.

Ele também não poupa críticas ao movimento feminista, ao movimento negro, a liberação das drogas, a legalização do aborto, aos partidos e aos intelectuais de esquerda, que de acordo com o filósofo, estão comprometido com a Nova Ordem Mundial, que na busca incessante de privilégios e na autovitimização acaba gerando mais divisão na sociedade, entre pobres, ricos, negros, brancos, homens e mulheres.

Seus adversários o acusam de criar teorias conspiratórias, de ser reacionário e conservador, sendo que estes dois últimos adjetivos, soam como verdadeiros elogios para ele. Mas o fato é que Olavo de Carvalho se tornou atualmente talvez a maior referência intelectual dessa nova direita que surge das mídias sociais e que tem influenciado jovens, adultos, políticos e inclusive artistas, sedentos de uma nova visão de mundo, que não seja somente as que são ditadas pela esquerda marxista.